
Alexia DinizEu sou cruzeirense, daquelas que já aceitou que vai ter mais plano de celular no mercado do que título na temporada. Mas confesso que fiquei tentada quando vi que agora dá pra ter um chip com o escudo do meu time, isso mesmo, clube de futebol também é operadora de celular. Porque se já não bastasse sofrer no Brasileirão, agora você pode sofrer também com a cobertura do seu plano
A moda pegou: banco digital tem plano de celular, atriz teen tem plano de telefone, até os Correios têm a própria operadora de celular. Além disso, é tudo 100% digital, ativado por app, sem loja física, sem fidelidade e com promessa de muita internet e… sem atendimento que “vai estar te retornando em breve”
Mas no meio desse oba-oba todo, a pergunta que importa é: qual é a melhor operadora de celular pra você? Que dá mais internet? Tem cashback? Ou a que não te prende num relacionamento abusivo com chip físico e multa de rescisão?
Você piscou e agora o banco onde você guarda dinheiro (ou tenta) também quer cuidar da sua internet. As chamadas operadoras digitais, ou MVNOs, no linguajar técnico, são empresas que oferecem serviços de celular sem ter antena, torre ou infraestrutura própria. Elas alugam o sinal de operadoras tradicionais como Claro, Vivo ou TIM e colocam a própria marca, os próprios planos e… bastante marketing por cima.
Ou seja, é por isso que você vê Intercel (Banco Inter) usando rede da Vivo, o NuCel (Nubank) operando pela Claro, e até a Laricel (sim, da Larissa Manoela) funcionando com o sinal da TIM. E os Correios? Também têm a Correios Celular, com uma proposta mais tradicional e cobertura da TIM, mas com apelo mais “raiz” do que “digital vibes”.
A promessa dessas operadoras? Planos mais baratos, contratação 100% online, sem fidelidade, e atendimento sem precisar ouvir um atendente dizendo “vou estar verificando isso pra você”. Ou seja, parece bom, né?
Mas o que era pra ser liberdade digital às vezes vira um novo tipo de prisão: agora, em vez de fidelidade contratual, você precisa ter cartão ativo, app instalado, conta bancária funcionando ou, no mínimo, ser fã do artista/digital influencer que fundou a operadora. Então, seja bem-vindo à era em que seu chip de celular virou extensão do seu estilo de vida, ou pelo menos da sua fintech favorita.
A grande pergunta é: será que entre tantas opções novas, existe mesmo a melhor operadora de celular, ou é só mais um jeito de te vender um plano com cara de moderninho?
Com tanta opção digital surgindo, parece que todo mundo agora tem uma operadora pra chamar de sua: banco, cantora teen, time de futebol e até os Correios. Mas será que no meio de tanto plano “inovador” existe de fato a melhor operadora de celular, ou é tudo mais do mesmo, só que com uma logo mais descolada?
Criada pelo Banco Inter em parceria com a Vivo, a Intercel oferece planos com cashback e internet que acumula. Tudo é feito pelo app do banco, da contratação à recarga.
A aposta do roxinho no mundo da telefonia é digital até o osso: só funciona com eSIM e exige cartão de crédito ativo do Nubank. Então, em troca, promete bom pacote de dados (da Claro) e uma “caixinha turbo” com rendimento maior que o normal.
A própria Vivo se reinventando pra parecer uma startup. Com cashback, dados extras e contratação 100% digital, o Easy tenta rivalizar com os bancos e apps que entraram no jogo.
O nome diz “Flex”, mas o funcionamento segue o script da Claro, mas com algumas facilidades digitais.
Sim, a eterna Maria Joaquina agora tem um chip pra chamar de seu. Ou seja, usando a rede da TIM via Dry Telecom, a Laricel oferece planos acessíveis e tem surpreendido pela boa reputação online.
Os clubes entraram em campo com seus próprios chips, também via Dry Telecom. A ideia é misturar paixão com conectividade, já que vamos passar raiva de qualquer jeito, pelo menos você dá uma moral para o seu time…
Sim, até os Correios têm operadora. Usando a rede da TIM, o Correios Celular oferece cobertura nacional.
Então, esses planos digitais parecem uma pechincha. R$15 aqui, R$45 ali, com promessa de cashback, internet que acumula e caixinha rendendo mais que CDI de banco grande. Mas vamos com calma, os planos são a partir de:

Antes de sair clicando no botão “contratar”, vale fazer um check list rápido:
Cobertura: Todas essas operadoras usam a rede de outra maior, TIM, Vivo ou Claro. Então descubra qual funciona melhor na sua cidade, no seu bairro, na sua casa. Porque 50GB de internet não servem pra nada se o sinal cai na primeira curva.
Exigências: Algumas operadoras exigem que você tenha cartão ativo, outras que você faça recarga múltipla, e outras só funcionam com eSIM (ou seja, nada de chip físico).
Preço real: Você deve considerar tudo, cashback, fidelização, bônus, recargas obrigatórias, cupons e até a taxa de paciência que você vai gastar com o atendimento automatizado. Às vezes, o plano que parece barato cobra sua sanidade no final.
Marketing disfarçado: Laricel, chips de time e fintechs, tudo isso parece cool. Mas será que você está escolhendo um bom plano de celular ou só vestindo a camisa (literalmente) de uma marca que você curte?
Não existe uma resposta definitiva. O melhor plano não é o mais barato, nem o mais “gourmetizado”. Então o que pega no seu bairro, não te dá dor de cabeça e cabe no seu orçamento.
Além disso as operadoras digitais são ótimas para quem quer praticidade, controle e não liga de resolver tudo por app. Já as tradicionais ainda oferecem mais estabilidade e cobertura ampla, com o preço e a burocracia que vêm junto.
Então, qual o segredo? Escolher com calma, sem se deixar levar pela cor do app, o nome do artista ou o cashback da caixinha. Até porque o plano de celular não é só sobre dados e minutos: é sobre ter liberdade para mudar se a promessa não for entregue.