
Alexia DinizLá em casa, plano de saúde era lei. Minha mãe fazia milagres com o orçamento pra manter o nosso. Aquela coisa de cortar tudo, menos o convênio. Afinal, vai que dá ruim?
Apertava no bolso, mas a gente dava conta. Aí vieram os aumentos, todo ano, sem explicação que fizesse sentido. A conta fechava? Não, mas a gente tentava, até que não deu mais.
Se você tem a sensação de que o plano de saúde virou um segundo aluguel, não está exagerando. Entre 2015 e 2025, os planos coletivos subiram 383%, enquanto os individuais acumularam alta de 146%. A inflação oficial no mesmo período ficou em 84%. Ou seja, cuidar da saúde ficou mais caro do que adoecer.
O plano de saúde é basicamente um passe VIP (nem tão VIP assim) pra fugir das filas do SUS. Você paga todo mês e, em troca, pode ser atendido na rede privada com um pouco mais de rapidez, isso se conseguir marcar consulta antes do próximo eclipse solar.
Funciona como uma mensalidade da tranquilidade: você torce pra não precisar, mas paga do mesmo jeito. Só que nem tudo está incluído, e o que não está… costuma doer no bolso, claro.
Tem três categorias principais: o plano individual/familiar, o coletivo por adesão e o coletivo empresarial. O individual é aquele que você contrata direto, sem intermediários, tipo você e o plano, olho no olho. Os reajustes são regulados pela ANS, o que já é uma vitória (pequena, mas já vale).
O coletivo por adesão exige algum vínculo com associação ou sindicato. Já o empresarial é feito por uma empresa, normalmente como benefício pros funcionários. Spoiler: hoje em dia, muitas empresas dividem o custo com o empregado. O que era brinde, agora é boleto.
A cobertura define o que você pode usar. Os principais tipos são:
Tem também os combos: ambulatorial + hospitalar, com ou sem obstetrícia. Quanto mais coisa no pacote, mais salgada a mensalidade.
Aqui entra a mágica da abrangência. Seu plano pode ser municipal, regional, estadual ou nacional. Traduzindo: desde “só aqui na esquina” até “qualquer canto do Brasil”.
Claro, quanto maior a área de cobertura, mais você paga. Mas se você mal sai da cidade, pra quê pagar por um plano que atende em Roraima?
Dica de ouro: sempre veja a rede credenciada. É frustrante descobrir que o plano cobre tudo, menos o hospital decente da sua cidade.
Nada de empolgação, ao contratar um plano, você vai passar por uma fase de carência. Ou seja, vai pagar e esperar. As carências máximas permitidas pela ANS são:
Algumas empresas conseguem planos com carência zero, principalmente se forem grandes. Mas no geral, é bom ler o contrato com lupa.
Que ele vai aumentar, isso nós já sabemos. A dúvida é quando e quanto.
O valor mensal do plano é a parte mais visível, mas não é o único custo. Existem três formas de pagamento:
Cada modelo atende a um perfil. Quem tem doença crônica pode se beneficiar de um plano sem coparticipação. Já quem só quer uma segurança para emergências, pode optar pela franquia.
A resposta vai depender da sua rotina, da sua idade, da frequência com que você usa serviços de saúde e, claro, do seu orçamento. Antes de fechar contrato, faça as seguintes perguntas:
Pesquise, compare no site da ANS, e fuja de operadora mal avaliada. Porque plano de saúde ruim é quase pior do que não ter nenhum. Fizemos uma simulação para um plano com acomodação enfermaria, com coparticipação e esses foram os resultados que tivemos:
| UNIMED BH | HAPVIDA | CONFIANÇA SAÚDE | |
|---|---|---|---|
| Cobertura | Ambulatorial + Hospitalar + Obstetrícia | Ambulatorial + Hospitalar + Obstetrícia | Ambulatorial + Hospitalar + Obstetrícia |
| Tipo de Contratação | Individual/Familiar | Individual/Familiar | Individual/Familiar |
| Cooparticipação ou Franquia | Sim | Sim | Sim |
| Acomodação | Enfermaria | Enfermaria | Enfermaria |
| Hospitais atendidos | 23 | 3 | 7 |
| VALORES | |||
| Até 18 anos: | R$176,42 – R$229,35 | R$273,57 – R$355,64 | R$192,33 – R$250,03 |
| De 19 a 23: | R$232,87 – R$302,73 | R$325,27 – R$422,85 | R$230,81 – R$300,05 |
| De 24 a 28: | R$267,80 – R$348,14 | R$374,05 – R$486,27 | R$300,06 – R$390,08 |
| De 29 a 33: | R$299,93 – R$389,91 | R$430,17 – R$559,22 | R$333,03 – R$432,94 |
| De 34 a 38: | R$314,92 – R$409,40 | R$498,99 – R$648,69 | R$366,40 – R$476,32 |
| De 39 a 43: | R$355,85 – R$462,61 | R$578,82 – R$752,47 | R$421,33 – R$547,73 |
| De 44 a 48: | R$434,13 – R$564,37 | R$671,44 – R$872,87 | R$463,42 – R$602,45 |
| De 49 a 53: | R$599,09 – R$778,82 | R$785,57 – R$1021,24 | R$593,22 – R$771,19 |
| De 54 a 58: | R$808,77 – R$1051,40 | R$1052,67 – R$1368,47 | R$860,24 – R$1118,31 |
| De 59 ou mais: | R$1051,40 – R$1366,82 | R$1641,11 – R$2133,44 | R$1101,03 – R$1431,34 |
Dá vontade de cancelar tudo e torcer pra nunca precisar. Mas a vida é imprevisível, e o sistema público nem sempre dá conta.
Ter plano de saúde não é só sobre luxo, é sobre evitar caos quando algo dá errado. Mas isso não significa que você tenha que gastar horrores. Escolher com calma, entender o que precisa de verdade e avaliar os custos é o melhor caminho.
Então, pode riscar o plano do orçamento? Só se você tiver um bom plano B. E não, esperança não conta como estratégia financeira.
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